quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Busco um título

Arrematada por talvez um sonho ou uma ilusão, ela não sabe bem ao certo. Gosta de títulos com palavras únicas e traduz em suas composições a sua necessidade em buscar uma definição para o lhe ocorre no mundo afora.
Na tentativa de definir os seus sentimentos, sensações, pensamentos e atitudes ela se perde. Perde-se numa ressaca. Ah, como ela gostou de usar essa palavra! Como ela gostou do som dos 'esses' em seus ouvidos e do brusco fim da palavra. Como um tombo. Uma adrenalina percorre as suas veias em simplesmente perder-se na ressaca. Um mar de ressaca. Com todas as ambiguidades possíveis incluídas.
Perdida, ela chega na conclusão de que possui a razão. Ela possui a lógica e a sistemática das ideias. No entanto, ela nem percebe que perdeu-se. Se percebe, faz-se de rogada.
Analisa minuciosamente os movimentos alheios sem sequer colocar atenção nas pessoas ao seu redor. Garota bandida! Odeia a simples questão de a considerarem comum. Porra, comum? Embarcar numa puta de uma filosofia na busca da definição do 'comum'. Odeia a normalidade. Não crê que exista normalidade. Ah, se a chamarem de normal ela explode por dentro. Chamem-na de tudo, menos normal. Ser igual à pessoas que querem ser iguais? Pessoas que perdem o seu tempo em analisar as neuras, tocs e atitudes que ocorrem na maior frequência, na maior parte da população mundana, para imitá-las e por conseguinte sentirem-se confortáveis. Por que tanta busca pelo confortável? Essa questão, ela prefere compartilhar a sua opinião em outro momento.
Hoje ela quer. Quer tirar algo que obstrui suas sinapses. Como se o seu peito fosse explodir. Outra palavra que lhe apetece: explodir. Bum! Sente vontades. Vontade de chorar, mas nenhuma lágrima lhe percorre a face. Sente vontade de gritar, mas nenhuma voz, gemido ou mesmo palavras balbuciadas saem da sua garganta. Ela só se perde nos pensamentos. Perdida.
Tantas noites reviradas tentando entender o que passa consigo. Tantos minutos de reflexão usados para compreender o que se passa em sua mente. Tantas perguntas. Tantas pessoas querendo-na entender. Está tudo bem. É o máximo que lhe sai. Não está tudo bem. Crê que nunca esteve. Mas ela descobriu apenas agora. Se um dia estará? Não sabe, entrega ao mestre tempo esta questão. O gostoso de se viver está em resolver os problemas. Em fazer perguntas. Acredita que as perguntas é que movem o mundo. As respostas nos conduzem à mais perguntas.
E perdida ela volta perdida, encontrando um novo dia estampado na sua frente. Mas antes ela pesará em um título e provavelmente embarcará em outra questão filosófica para encontrá-lo. Boa sorte à ela!

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